domingo, julho 13, 2008

Mais um João ou menos um João?

Outra vez o Brasil pára diante da violência, e infelizmente continua parado. O clamor por justiça e paz é geral, no entanto, a ação é praticamente nula. Mais que falar, é preciso agir.
Desta vez não foram bandidos, mas sim policiais que teriam cometido a nova barbárie pela qual o país chora e lamenta.
País hipócrita. País egoísta. País sem memória. País sem vergonha.
Há pouco mais de ano todos nós bradavamos por paz e justiça quando outro João, o João Hélio, foi arrastado e morto por bandidos. Naquele momento parecia que nada mais de tão ruim poderia acontecer e que as causas da violência seriam veementemente combatidas. Que nada. O tempo passou e nada foi feito de concreto.
Até o Exército tem em suas fileiras alguns que não correspondem ao que se espera de seus integrantes. Recentemente soldados entregaram 3 jovens aos traficantes. Mais uma prova de que o tráfico conseguiu infiltrar nos poderes constituídos.
É a farda sendo manchada. E houve um tempo em que farda impunha respeito e mais do que sensação ela realmente significava segurança.
Claro que quando cito instituições como polícia e Exército não o faça de maneira generalizada, apenas me refiro aos fatos que estão sendo relatados na imprensa em geral.
Falando em imprensa em geral, vamos ver um exemplo de como a imprensa tratou a morte de João Roberto. O vídeo abaixo é da Globo News e foi publicado no site Youtube.



A apresentadora do programa "Mais Você", Ana Maria Braga, também repercutiu a morte do menino. O vídeo é da Globo e também foi publicado no site Youtube.



Na sexta-feira dia 11, o Jornal do Brasil publicou um anúncio no qual perde perdão ao João.


A mensagem criada pelo Escritório de Idéias, traz uma cruz com o nome da criança e uma mensagem pedindo perdão. O texto diz: “Perdão, João Roberto Amaral. Perdão pelo despreparo e pela irresponsabilidade dos policiais militares. Perdão pelos discursos vazios. Perdão por essa insensibilidade que em pouco tempo nos faz esquecer das tragédias. Perdão por nós compactuarmos com essa dura realidade que arrancou você tão prematuramente da sua família. E perdão por, nesse momento de dor e sofrimento, nos restar apenas pedir perdão”.
A criação é de Fábio Barreto e Oswaldo Luiz, com aprovação de André Tanure.





No sábado, dia 12 de julho, durante a Missa de Sétimo Dia pela passagem do menino João, os pais dele tornaram pública uma carta, a qual reproduzimos abaixo:

"Vivenciamos no último domingo mais um lamentável acontecimento que infelizmente parece fazer parte do nosso cotidiano. Diferentemente de outras vezes, agora aconteceu na nossa família, com o prematuro falecimento de nosso amado filho João Roberto, de apenas três anos. João Roberto foi vítima de mais uma grave violência ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, durante uma operação policial, sem o direito primordial de defesa, nos revelando de forma gritante, entre outras deficiências, a fragilidade do preparo das instituições que deveriam nos proteger e assegurar nossos direitos individuais. Choramos o ocorrido e sofremos de forma que só pode ser descrita por quem passou por um momento como este, da perda de um ente muito amado de uma forma absurda, como foi a que ocorreu conosco. Embora estejamos ainda sob efeito devastador da recente fatalidade que afligiu a nossa família, não podemos deixar de agradecer às demonstrações de carinho que têm chegado a nós Agradecemos aos familiares, amigos, a população em geral, pelo respaldo emocional que está contribuindo em muito para amenizar nosso sofrimento decorrente da partida do nosso João Roberto, e a toda a imprensa que tem atuado de maneira eficaz e firme, na divulgação dos fatos. Acreditamos em Deus e que a Justiça será feita."

Voltando a questão da memória e das mortes dos Joãos, no ano passado o jornalista Alexandre Garcia, apresentou uma crônica no telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo. O vídeo é da Globo e também está publicado no site Youtube.

Hoje pela manhã, quando fui pesquisar os videos acima deixei a seguinte mensagem nas páginas do Youtube onde eles foram publicados originalmente:

"Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo." Está frase é de Mahatma Gandhi e resume muito bem a responsabilidade de cada um de nós na construção de um mundo melhor. Porém, a grande maioria deseja, mas apenas deseja, e não age em favor da paz e da não-violência. Enquanto não deixarmos o egoísmo de lado e pararmos de delegar aos outros a responsabilidade pela construção de um mundo livre e igualitário, cenas como esta serão vistas infinitas vezes.

Normalmente não emito opinião como as que abrem e as que enceram este assunto, no entanto, passou da hora de acordamos do pesadelo do qual nós mesmos escolhemos em fazer parte. E se somos personagens deste pesadelo, com certeza poderemos ser personagens, atores e autores do sonho de um mundo melhor. Deixemos o negativismo de lado e passemos a pensar positivo, sejamos mais sociáveis e menos egocentrícos, sejamos mais participativos e menos hipócritas. Plagiando Eduardo Dusek no música "Rock da Cachorra", "sejamos mais humano e menos caninos e deixemos na história da nossa vida uma notícia nobre". Nós temos aquilo que queremos e buscamos. Se pensamos que o mundo está perdido e não tem mais jeito, realmente o mundo estará perdido e sem jeito. Se pensamos que o mundo pode ser melhor, realmente o mundo será melhorar. Qual você prefere?

Quantos Joãos ainda partirão para que medidas concretas sejam tomadas para se reduzir a violência. Não podemos ficar nessa de "Mais um João ou menos um João".
Lembremos de alguns ditos populares:
"Não adianta chorar sobre o leite derramado."
" É melhor prevenir do que remediar."

Lei Seca

Outros responsáveis por transtornos nas vidas das pessoas são os abusos no trânsito. Um dos principais abusos está na insistência de alguns motoristas e beber e dirigir. Parece que estão empenhados em fazer a chamada Lei Seca valer, no entanto há muitos lutando contra. Entre os contrarios está o entidade sindical. A matéria é da Agência Brasil.

"Lei Seca não é inconstitucional, afirma professor
O fato de a pessoa ter de fazer o teste do bafômetro, para comprovar que se está ou não embriagada, não fere a Constituição Federal, na opinião do professor de Direito Constitucional da Universidade de Brasília (UnB), Mamede Said. Apesar da contestação da Lei Federal 11.705/08, a chamada Lei Seca, no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o professor disse em entrevista à Agência Brasil que não vê a norma como inconstitucional.Um dos argumentos da associação é que, ao submeter-se ao teste do bafômetro, a pessoa estaria agindo de forma contrária a uma determinação da Constituição, segundo a qual ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. O professor Said concordou que o princípio pelo qual ninguém pode produzir provas contra si é “inatacável”, mas, segundo ele, "nós temos que entender que o bafômetro apenas confirma uma suspeita, porque há outros meios para que o agente público possa constatar que a pessoa se encontra em um estado alterado pela bebida”, disse o professor.“Há estados de embriaguez que são absolutamente constatáveis seja na fala do indivíduo, no hálito ou na maneira como ele se comporta, no gestual, principalmente na forma como ele dirige, de forma que a coisa não se resume apenas ao bafômetro”, disse Said.Além disso, o professor destacou que o poder público tem a prerrogativa de utilizar o poder de polícia administrativa e restringir direitos do indivíduo, mesmo o exercício da propriedade, em prol do interesse coletivo. “No caso concreto, eu acho que o interesse coletivo está bem patente, porque a violência no trânsito atingiu níveis insuportáveis e se detectou, não é de hoje, que o consumo de álcool responde em grande medida por essa violência no trânsito”, disse.Mamede Said disse que é necessário que se faça um “juízo de ponderação” e analisar até onde deve ir o rigor da lei. “Nós temos que discutir se é razoável, ou se ao contrário, se não é algo irrazoável, que a pessoa pelo fato de ter, por exemplo, ingerido dois chopps seja presa, fique um ano sem dirigir e ainda pague uma vultosa multa”, comentou o professor.Na opinião do professor, o simples agravamento da pena não é a solução para o problema. “Nós temos apenas que criar medidas inibidoras, sem a idéia de que campanhas preventivas, a educação no trânsito, fique em segundo plano”, concluiu Mamede Said."

Blog “Chance à Paz”
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